Igualdade de gênero e a luta contra a violência marcam o Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado 8 de março, marca a história constante da luta por melhores condições de trabalho, combate à violência e feminicídio, igualdade de gênero e maior espaço nas esferas de poder. As deputadas Lídice da Mata (PSB-BA) e Tabata Amaral (PSB-SP) reforçam na Câmara a batalha feminista, com sugestão de propostas que englobam emprego, proteção, assistência e representatividade.

A data traz para o cenário brasileiro a reflexão dos avanços que ainda precisam ser feitos. Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, serão necessários 300 anos para alcançar a igualdade de gênero. Dados do IBGE mostram que mulheres recebem 20% a menos do que homens mesmo exercendo a mesma função. Elas são, ainda, a maioria na taxa de desempregados do País.

Quando o assunto é política, apesar de comporem a maior parcela da população, elas são minoria nas esferas de poder. Na Câmara dos Deputados as mulheres representam apenas 17,7% das cadeiras. Para a deputada Tabata, a violência política é uma das muitas barreiras para representantes da ala feminina. Estudo do Laboratório de Pesquisa em Comunicação, Culturas Políticas e Economia da Colaboração, da Universidade Federal Fluminense, mostrou que a parlamentar está entre as mais atacadas nas redes sociais.

“Falam de nossa aparência, forma de falar, de se posicionar. Usam a desinformação para nos desacreditar”, lamentou Tabata. Enquanto mulher, a deputada já foi atacada inúmeras vezes, inclusive sobre a sua aparência. “Ser mulher na política é enfrentar diariamente o ódio e a violência daqueles que não entendem que ela deve ser ocupada por todos. Mas é também inspirar meninas do Brasil inteiro, dizer a elas que esse lugar também é nosso”, disse.

A deputada Lídice afirmou que um dos momentos em que mais foi atacada como mulher na política foi quando exerceu o cargo de prefeita de Salvador. “Sofria ataques diretos. Inclusive saiu na capa de um jornal que eu e a vice-prefeita estávamos na praça do Campo Grande participando das manifestações das mal amadas, no Dia Internacional da Mulher”, contou.

Para ela, ser mulher na política é, antes de tudo, perseverar para conquistar mais direitos para todas. “Esse espaço pertence a milhões de mulheres brasileiras que lutam pela sobrevivência, pelo emprego, por melhores condições de vida para seus filhos, por saúde, por educação, por dignidade, contra à violência, contra o racismo e por direitos iguais”, reforçou.

Violência:

Outro ponto que merece reflexão é o aumento da violência contra mulheres no País. Entre 2017 e 2022, enquanto houve queda no número de homicídios, foi registrado um aumento de 37% dos feminicídios, segundo o Monitor da Violência.

Dados de uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que todas as formas de violência contra a mulher no Brasil aumentaram em 2022. A cada minuto, 8 mulheres sofrem algum tipo de violência e a lista vai desde vítimas de xingamento, ameaças, até as que foram esfaqueadas ou alvo de tiros.

Pauta do Plenário:

Neste mês, a Câmara dará prioridade para votações de projetos relacionados à pauta feminina. Na terça-feira (7), foram aprovados o projeto de lei que garante às mulheres o direito de indicar acompanhante durante consultas e exames para os quais haja necessidade de sedação e a Medida Provisória 1140/22, que cria o programa de combate ao assédio sexual em escolas e na administração pública.

Para o líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE), o dia de hoje representa a força, a garra, a coragem e a determinação das mulheres brasileiras. “Um símbolo para lembrarmos da importância de lutar por direitos iguais, respeito e pelo empoderamento feminino. Ainda há muito a ser feito e, enquanto deputado e líder do PSB, seguirei lutando por essa causa”, afirmou.