O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e a deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) prometeram defender os direitos dos indígenas na Câmara. Eles atenderam, nesta terça-feira (8), cerca de 150 indígenas, de oito povos da Bahia (BA), que reivindicam melhorias em suas comunidades e lutam contra os projetos que autorizam a mineração e alteram a legislação de demarcação em terras indígenas (PLs 191/20 e PL 490/07), além do marco temporal sobre essas regiões.
Estavam presentes os povos Tupinambá, Pataxó, Kamacã, Kiriri, Atikum, Tumbalalá e Truká. Também participaram da reunião lideranças da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (Finpat), do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba) e do Movimento Indígena da Bahia (Miba).
Rodrigo Agostinho disse que vai fazer um esforço muito grande nesta semana para não deixar votar a urgência do PL 191/20, que regulamenta a mineração em terras indígenas. “A gente sabe que se passar a mineração, outras coisas também complicadas vão começar a ser votadas aqui. A desculpa do governo é a história do fertilizante. Mas a gente sabe que não é isso que o governo quer, eles querem é liberar as terras para garimpeiros.”
Derrubar essas propostas, de acordo com a deputada Joênia Wapichana, só é possível se tirar do poder o que ela chamou de presidente anti-indígena. “Essa nossa luta é coletiva. Nós vamos resistir, e se necessário, vamos varar a madrugada”, disse.
Agostinho contou que está tentando mobilizar toda a oposição para atuar contra a proposta da mineração. Ele destacou a importância da presença dessas lideranças indígenas para tentar derrubar a possível votação da matéria. “Não só os povos indígenas estão sendo ameaçados, mas todos os povos tradicionais. Estamos vendo ataques de todos os lados”, criticou.
Segundo a deputada, os partidos de oposição vão apresentar um documento para retirar de pauta a votação da urgência do PL 191. “Estamos mobilizados. Esse Projeto é inconstitucional, um absurdo”, afirmou.
Indígenas – O cacique Aruã, do povo Pataxó, disse que os projetos são maléficos para os indígenas. “Estamos juntando forças contra esse governo genocida. Queremos preservar a vida, dos brasileiros, dos povos originários, das nossas florestas. Queremos viver em um equilíbrio ambiental”, disse.
O coordenador do Mupoiba, Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe, pediu o apoio dos parlamentares para defender os direitos dos povos indígenas. “Temos aqui nesta semana 150 guerreiros e guerreiras para defender diretamente e espiritualmente nossos direitos”, declarou.