O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), defendeu a luta intensa para impedir a aprovação do Projeto de Lei (PL) 6299/92, conhecido como PL do veneno. “Vamos continuar essa luta. Faz tempo que querem aprovar essa lei do veneno e até agora a gente conseguiu segurar.”
Inclusive, a Frente Parlamentar realizou, nesta quinta-feira (8), junto com a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, webinar para debater sobre o agrotóxico na alimentação que chega à mesa dos brasileiros.
Para Agostinho, não teria problema de existir uma lei moderna sobre pesticidas no Brasil. No entanto, o deputado considera que os parlamentares interessados querem, na realidade, é um “libera geral”. “Esse é o grande problema. Eles não querem modernizar a análise. O que eles querem é produto barato, veneno barato. Isso a gente não pode aceitar”, enfatizou.
O deputado disse que, hoje, existe uma onda de retrocessos em pautas ambientalistas. É o caso, por exemplo, da aprovação do texto que militariza o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e a tentativa de aprovação do projeto da grilagem.
Quando se trata dos agrotóxicos, a situação também é crítica. “Mesmo não tendo aprovado a lei do veneno, eles estão fazendo uma farra com a liberação de venenos mais antigos, que já foram banidos de muitos países, são mais baratos, e sem se preocupar com os efeitos disso nos rios, reservatórios, na vida marinha e na nossa mesa”, explicou.
Além disso, o socialista contou que poucos laboratórios analisam venenos no Brasil e não existe uma rede de monitoramento. “Não tem ninguém que vai aos supermercados pegar amostras de alimentos e levar para o laboratório. Isso acontece nos grandes centros, mas ainda assim são poucos os locais que monitoram a qualidade dos nossos alimentos. É um problema muito sério.”
Segundo Agostinho, o momento é muito desafiador, pois o consumidor atual é exigente e quer produto saudável e orgânico. Mas, para ele, também é preciso emponderar o consumidor. “O consumidor precisa saber o que tá consumindo. Hoje ele não sabe. A gente precisa melhorar toda a cadeia de certificação, trabalhar uma série de ferramentas para que o consumidor emponderado comece a não aceitar esse produto cheio de veneno”, alertou.