O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), e o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, participaram, nesta quinta-feira (6), de debate online realizado pelo jornal Estadão para debater a chamada “pauta verde” na Câmara. Também participaram do debate coordenado pela jornalista Eliane Cantanhêde os deputados Enrico Misasi (PV-SP), Zé Silva (Solidariedade-MG) e Zé Vitor (PL-MG).
De acordo com o Estadão, o Brasil vem sendo pressionado por investidores internacionais e grandes empresas a tocar uma agenda ambiental e enfrentar o desmatamento, uma demanda que também vem de uma sociedade cada vez mais consciente. Esses parlamentares foram escalados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para fazer andar iniciativas que conversem com essa demanda de vários setores.
Para Molon, essa cobrança internacional para que o Brasil promova uma agenda ambiental ‘bateu’ não só no Governo, mas também no Congresso. Isso, segundo o socialista, deixa claro que o tema da sustentabilidade, da transição de uma economia ‘cinza’ para uma economia ‘verde’, de uma visão velha para uma visão moderna, é um desafio colocado pelo Brasil e que não deve opor setores.
“Não se trata de uma luta contra o agronegócio. Se trata de uma luta do novo agronegócio contra o velho agronegócio. De um visão que contrapunha meio ambiente à desenvolvimento econômico, para uma outra, que percebe que o meio ambiente é o futuro do desenvolvimento econômico”, ponderou.
Questionado sobre a inclusão do Governo nesse possível pacto nacional para a promoção de uma economia verde, Rodrigo Agostinho disse que o Brasil precisa frear o desmatamento da Floresta Amazônica, que ocorre numa intensidade avassaladora. De acordo com o socialista, um terço de todas as florestas tropicais do mundo estão no Brasil e só no ano passado a Amazônia perdeu um milhão e 200 mil hectares de floresta.
“Sem floresta não é só a biodiversidade que vamos perder, o agro vai perder as chuvas. As chuvas que mantém as plantações no Brasil dependem da floresta. A Floresta Amazônica está perdendo a sua força”, alertou.
Para conter tantas irresponsabilidades, Agostinho acredita que uma das alternativas é justamente a Câmara dos Deputados aprovar projetos que punam com mais rigor os responsáveis por estes atos. “Os deputados podem diminuir a impunidade que no Brasil, na área ambiental, é assustadora. Ninguém é responsabilizado, as pessoas levam multas mas não pagam”, disse.
Uma das propostas que pode ajudar neste sentido é a do líder do socialista. Se trata do Projeto de Lei 3961/20, protocolado na semana passada, que decreta o estado de emergência climática e estabelece a meta de neutralização das emissões de gases de efeito estufa no Brasil até 2050, além de estabelecer políticas para a transição sustentável.
Molon lembrou que o último ano para o qual o Brasil tem uma meta legal, climática, é 2020. Portanto, ele considera importante a aprovação do Projeto de sua autoria. “Esse é um projeto que nos une. Essas medidas são a favor da economia brasileira e de todos os setores. Pode constituir uma resposta robusta do Congresso e um sinal claro pro mundo de que o Brasil está disposto a assumir a vanguarda nessa pauta. Esse é o futuro do planeta e o Brasil pode tá na liderança.”
Moreno Nobre