Em audiência na Comissão de Educação, o líder do PSB na Câmara, deputado Danilo Cabral (PE), defendeu a vacinação contra a Covid-19 para todos os profissionais da educação, orçamento para o setor e conectividade para alunos e professores da rede pública de ensino. O colegiado realizou, nesta segunda-feira (29), audiência pública para tratar do retorno seguro às aulas, vacinação de professores e riscos da pandemia.
O socialista afirmou que a falta de coordenação do governo no enfrentamento a pandemia prejudicou a aplicação de modelos utilizados em outros países para o retorno seguro às aulas. “O governo Bolsonaro faz um ataque direto a ponta da educação como fator estruturante para enfrentar a pandemia. Basta ver a votação do Orçamento na última semana em que as Forças Armadas receberam 4 vezes mais do que a educação. O governo não prioriza essa pauta”, acrescentou. Danilo pediu que haja uma grande mobilização da sociedade para que pautas importantes relacionadas à educação sejam votadas e aprovadas no Congresso. Todos os palestrantes presentes também defenderam a prioridade de vacinação para os profissionais da educação.
A representante da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ethel Maciel, explicou na audiência, que a realidade das escolas muda em cada local do país. O exemplo é que existem escolas que não tem nem banheiro e escolas que conseguem desenvolver protocolos para conter a Covid-19. “O Brasil não se preparou para o retorno presencial. Publicação da FioCruz no ano passado sobre as medidas de retorno seguro mostram que estamos muito longe de fazer o necessário”, disse. Entre os dados da publicação, o retorno às aulas só deveria ser feito quando estados atingissem menos de um caso por cem mil habitantes, a taxa de contágio no país fosse abaixo de 0,5% e a disponibilidade de leitos estivesse em torno de 75%.
Ethel chamou a atenção ainda sobre os protocolos falhos nas escolas de mensurar a doença com a febre de crianças. “Estudos mostram que apenas 26% das crianças apresentam febre e 35% é assintomática.” Para a presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), Rosana Barroso, a ausência da educação por meio da exclusão digital agrava a situação de diversos estudantes das escolas públicas que já passam por dificuldades devido ao agravamento da desigualdade social na pandemia. “O que estamos acompanhando é uma grande evasão escolar de uma geração que poderia contribuir com o futuro do Brasil. E o que acontece é uma violação do acesso a educação como direito garantido na Constituição”, afirmou.