Deputado Rodrigo Agostinho pede a criação de políticas públicas para preservação do Cerrado

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), pediu a criação de políticas públicas consistentes em defesa do Cerrado. A manifestação ocorreu durante live realizada pela Frente nesta quinta-feira (16) para debater sobre o bioma, que tem uma data em sua homenagem, o dia 11 de setembro.

O bioma segue ameaçado ao longo dos anos, o que demonstra a importância do monitoramento de sua situação pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As ameaças ao Cerrado podem gerar uma crise hídrica, além de prejudicar a conservação da biodiversidade. A continuidade do monitoramento pelo Instituto está ameaçada por falta de recursos e previsão orçamentária.

Agostinho disse que é muito importante debater sobre o assunto justamente para lembrar da importância do Cerrado. Para ele, o grande desafio é realmente criar políticas públicas em defesa do bioma, além de políticas inclusiva, de comando e controle, de incentivo. “É valorizar o Cerrado em pé. O Cerrado tem que valer mais que o agronegócio. A partir do momento que um hectare de Cerrado tiver mais valor que um hectare de soja, é o caminho para a preservação e conservação”, disse.  

O deputado contou que os defensores do agronegócio exaltam hoje em dia que tem quatro milhões de hectares de Cerrado como excedente de Reserva Legal. No entanto, para o parlamentar, o mínimo que o agronegócio poderia fazer era essa compensação. “Muita propriedade não tem Reserva Legal, muita propriedade desmatou além dos 80% que é permitido em áreas de Cerrado”, criticou.

Segundo o socialista, a paisagem do Cerrado está se fragmentando em uma velocidade intensa. Ele também alertou para o fato de que o Cerrado não se planta, ou seja, não ocorre a restauração do bioma. “São poucas as espécies do Cerrado que a gente já dominou a reprodução delas. É possível, no máximo, restaurar as matas ciliares, de galerias, mas uma boa parte das espécies do Cerrado perderam a capacidade de produção de sementes nessa forma convencional de fazer restauração. O que a gente perde de Cerrado a gente perde pra sempre sim”, afirmou.