Os deputados do PSB Alessandro Molon (RJ), Rodrigo Agostinho (SP) e Aliel Machado (PR) tiveram uma participação marcante na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 26. O evento, que tratou de temas importantes para a construção de uma sociedade mais sustentável, se encerra nesta sexta-feira (12).
Líder da Oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon apresentou uma pesquisa que mostra que é possível o Brasil ser um país justo e sustentável, a Green New Deal Brasil. Ela é composta por 30 ações para um desenvolvimento focado na sustentabilidade. Essa pesquisa foi feita em dois anos com pesquisadores do Instituto de Economia da UFRJ. O relatório desse trabalho mostra o que fazer, quanto custa, de onde sai o dinheiro e qual o impacto social e econômico do investimento na transição para um modelo justo e sustentável que gere empregos e qualidade de vida para os brasileiros.
Molon contou que se inspirou no Green New Deal dos Estados Unidos para apresentar a proposta de um acordo brasileiro no mesmo sentido. De acordo com o parlamentar, ele começou a pensar em como o Brasil pode ocupar a liderança ambiental que tem condições de fazer, se tiver bom senso.
Ele explicou que as 30 ações desse projeto estão divididas em cinco eixos: infraestrutura; cidades; uso da terra e florestas; transição econômica justa e sustentável; e mudanças políticas e normativas. A expectativa é gerar 9,5 milhões de postos de trabalho e aumentar em R$ 121 bilhões a arrecadação anual. “Isso não é um modelo de obstáculo para o desenvolvimento. Pelo contrário, é um modelo de desenvolvimento, de geração de emprego e renda, de redução de desigualdades”, declarou.
ATUAÇÃO DO CONGRESSO
Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, Rodrigo Agostinho participou de um painel que discutiu o que as autoridades públicas podem fazer em favor do meio ambiente e da agenda climática. Para o deputado, o Poder Executivo é o principal promotor de ações climáticas e o Poder Legislativo é fundamental para a criação de estrutura normativa para fortalecer ações em defesa da agenda ambiental.
No entanto, o parlamentar criticou o Congresso brasileiro por apoiar medidas que em nada contribuem para o meio ambiente. Ele citou o exemplo do licenciamento ambiental aprovado recentemente, que em vez de estruturar os órgãos ambientais, melhorar os diagnósticos e criar ferramentas, cria a ausência de licenciamento.
Mas Agostinho reforçou que a questão ambiental vai nortear a economia daqui para frente. Portanto, para ele, se a economia brasileira quiser permanecer de pé, é preciso levar a questão ambiental a sério. “O Brasil vai ter que fazer uma lição de casa séria. A gente precisa mudar. O mundo quer um plano de combate ao desmatamento no Brasil”, disse.
QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Aliel Machado disse que o tema das mudanças climáticas é o mais importante para a humanidade nos dias de hoje, pois trata da sobrevivência da nossa espécie. “Temos grandes desafios. O nosso país passa por um momento de dificuldade, de muitos questionamentos pelos equívocos na condução ambiental.”
