O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), tomou posse, nesta quarta-feira (4), no cargo de ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Ele vai acumular as funções durante os quatro anos do governo Lula.
Alckmin afirmou que a hora é de agradecimentos aos brasileiros e de compromissos, com a sociedade civil, com o setor produtivo, trabalhadores, indústria, comércio e o setor de serviços. “A hora é de união e reconstrução. União, porque o esforço de reindustrializar o Brasil, de aperfeiçoar nossa agroindústria e todo o parque industrial, agregando-lhes mais valor, e de incluir os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros em nossa economia. Não são tarefas episódicas, mas uma obra de todo governo, comprometido com um futuro melhor e mais justo para o nosso povo”, disse.
Para o ministro, a reindustrialização do Brasil é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável, e que isso ocorra sob o prisma da justiça social. “A indústria brasileira precisa urgentemente retomar o seu protagonismo, expandindo a participação no Produto Interno Bruto.”
Sustentabilidade
De acordo com Alckmin, é imperativa a redução da emissão de gases do efeito estufa, do estabelecimento de uma política de apoio a uma economia de baixo carbono, privilegiando tecnologias limpas e iniciando um processo produtivo eficiente, seguro e sustentável. “O Brasil pode ser e será o grande protagonista no processo de descarbonização da economia global”, completou.
A agenda da sustentabilidade, segundo ele, é fundamental para o futuro da indústria do Brasil. Nesse sentido, Alckmin informou que o MDIC contará com uma secretaria de economia verde, descarbonização e bioindústria. “Essa é uma agenda prioritária, inclusive, para segurar a competitividade do produto nacional no comércio mundial”, explicou.
Muitos parlamentares do PSB compareceram à cerimônia de posse: Rafael Motta (RN), Rodrigo Agostinho (SP), Bira do Pindaré (MA), Denis Bezerra (CE), Lídice da Mata (BA), Gervásio Maia (PB), Elias Vaz (GO), Professor Israel (DF), Gonzaga Patriota (PE), Alessandro Molon (RJ) e Camilo Capiberibe (AP). Eduardo Bandeira de Mello (RJ), eleito para a próxima legislatura, também estava presente.
Os socialistas que integram o governo Lula também prestigiaram o evento: os ministros da Justiça, Flávio Dino; de Portos e Aeroportos, Márcio França, além dos secretários nacionais de Segurança Pública, Tadeu Alencar; de Justiça, Augusto Botelho (PSB), do senador Dário Berger (PSB-SC) e do presidente do PSB, Carlos Siqueira.
Perfil
Ex-adversário político de Lula, Alckmin se filiou ao PSB com o objetivo de reconstruir e unificar o País, tão prejudicado nos últimos anos pelas ações do desgoverno anterior. Aos 69 anos, o agora vice-presidente e ministro, tem o desafio de ajudar a construir um país melhor para todos os brasileiros e brasileiras.
Alckmin é natural de Pindamonhangaba, interior de São Paulo (SP), Estado que governou por 13 anos. Médico anestesista, começou o envolvimento com a política justamente quando cursava medicina em Taubaté, também no interior paulista.
Foi eleito vereador de Pindamonhangaba em 1972. Quatro anos depois, se tornou o mais jovem a assumir a prefeitura da cidade. Já em 1982, elegeu-se deputado estadual. Em 1986, chegou à Câmara dos Deputados, à época da constituinte, pelo estado de São Paulo. Foi reeleito deputado federal em 1990.
Assumiu o governo de São Paulo em janeiro de 2001 depois do afastamento de Mário Covas para tratar de um câncer. Conseguiu se reeleger em 2002. Concorreu à Presidência da República em 2006, sendo derrotado por Lula. Voltou ao governo de SP em 2010, sendo reeleito em 2014.
Após mais de 30 anos na vida política, Geraldo Alckmin se filiou ao PSB em março de 2022. O objetivo era compor a chapa de Lula como candidato a vice-presidente nas eleições presidenciais. Ele ajudou Lula a costurar apoios com setores empresariais e do agronegócio, o que resultou na vitória dos dois nas urnas.
